1. Entenda o que é voz
Voz é a personalidade por trás da sua escrita. É aquilo que faz com que os leitores reconheçam seu trabalho até mesmo sem assinatura. Muitas coisas contribuem para a voz: estrutura de orações, escolha de palavras, sentimento, tom e outras coisas. Então, por definição, todos os livros têm uma voz. Mas nem todos eles têm uma voz que se destaca; a escrita pode ser boa, mas falta personalidade. Uma voz única e forte não tem preço; é capaz de fazer um livro não ser deixado de lado independente da qualidade do enredo.
2. Treine para conseguir reconhecer uma voz forte
Isso é fácil se você gosta de ler. Quero dizer, qualquer um pode dizer a diferença entre Ray Bradbury e Doug Adams e Earny Herning mesmo se você ignorar os enredos. Você só precisa saber como ouvir.
Por exemplo, Bradbury é muito poético e descritivo. Ele é capaz de te levar direto para as férias de verão mesmo que você esteja se tremendo debaixo das cobertas no inverno. Adams acha que o universo inteiro é uma piada, o que faz ele ser meio deprimente e muito engraçado ao mesmo tempo. E Herning… o cara de O Velho e o Mar? Ele corta total as firulas e só conta uma história simples, mas, ainda assim, profunda.
3. Lembre-se que seu narrador é um personagem também
Se você ama escrever em primeira pessoa e contar a história pelos olhos de seu protagonista, você com certeza entrou de cabeça nos pensamentos mais profundos desse personagem. Mas você floreou cada linha de narrativa com um estilo especial?
Pior ainda, um escritor que usa terceira pessoa pode nem sequer ter imaginado que tinha outro personagem importante para ser desenvolvido. Sim, até mesmo um narrador que nunca entra em uma cena da história é tão vital quanto seu herói, talvez até mais. Ele é a voz que o seu leitor ouve. Os olhos espiando pelos seus ombros. Você realmente vai usar uma prosa normal pra isso?
Naturalmente, essa voz tem que vir de você e, por isso, precisa começar como parte de você. Talvez ele seja uma versão extrema de um de seus lados. Ou talvez ele seja o canto mais escuro de sua mente. Talvez ele seja o espertalhão que você gostaria de ser. Se pergunte o porquê de ele estar contando essa história. Para entreter? Para ensinar? Para confrontar? Para reclamar? Por que ele teve o incômodo de escrever isso tudo?
Você pode escrever na voz dele o tempo todo ou, talvez, mudar narradores, como sapatos, para cada história que você escrever. Mas o que quer que você faça, não deixe ele ser entediante.
4. Experimente
Quando você escreve um grande romance, você talvez acidentalmente use diferentes vozes. Talvez você leu aquele livro ao escrever o capítulo um e então escreveu de um jeito. Talvez você ouviu aquela música ao escrever o capítulo dois e então escreveu de outro. Aí você volta, lê diferentes vozes, vê uma que gosta e escreve tudo de novo pra fazer parecer com aquela. Mas você devia tentar mais
Pegue um parágrafo, escreva de 5 formas diferentes. Como se uma pessoa diferente tivesse escrito cada uma delas. Talvez em uma você escreva como uma criancinha assustada. Talvez em outra como uma dramática neurótica. Talvez em outra seja um homem irritado. Ou um alien. Ou a própria Morte.
Achou uma voz que gostou? Escreva mais. Escreva uma cena inteira.
5. Reescreva
Qual é, pessoal. Vocês deviam ter adivinhado essa. Achar sua voz não é tão fácil quanto mudar uma palavras ou duas. Claro que você gostaria que fosse. Mas não dá pra ter tudo que queremos, né? Vocês vão ter que fazer isso de novo algumas vezes, talvez várias, antes de ficar incrível. Vocês deviam saber disso já? Por que ainda estão lendo?
Ótimo artigo!!!
ResponderExcluirconcordo
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