XABLAU! BANG! HWAA! Que diabos está acontecendo aqui?

Entre escritores e leitores é bem comum divergir opiniões quando o assunto é onomatopeia.

Sim. Irei falar aqui de sons representados em palavras.

Onomatopeias são muito encontradas em histórias em quadrinhos, onde há um amplo uso aliado às imagens que corroboram com a compreensão daquele som. Veja um exemplo:

Nessa imagem entendemos perfeitamente a relação entre o som emitido e sua origem, bem como sua relação com a história ali contada.

Acontece que em quadrinhos é um recurso praticamente obrigatório, pois carece de recursos que outras mídias exploram. Animações e Live-Actions, claramente, exploram o recurso sonoro que outras mídias simplesmente não possuem.

E quanto aos livros e, claro, às novels? Bem, é aí que ocorrem as principais discordâncias e estou aqui para explicar.

    Antes de tudo: o que são onomatopeias?

    Não podemos continuar o nosso artigo sem antes definir do que estamos falando, correto?

    Onomatopeias, também conhecida como mimologias, podem ser definidas como:

    palavras, fonemas, conjunto de fonemas e sinais, as quais, por imitação, aproximam o som emitido por ela de uma realidade que representa.

    Esta é uma definição a qual cheguei com base em outras. Acontece que várias definições as classificam como "palavras", mas palavras são consideradas em algumas definições como vocábulos lexicais, as quais devem constar no dicionário e ser classificado como tal. Então chegamos no dilema em que "algumas" onomatopeias não são palavras, mas apenas fonemas ou sinais que imitam uma.

    Ao pesquisar mais a fundo, a onomatopeia é um dos processos de formação de palavras e algumas podem ser consideradas "pré-palavras", ou seja, dificilmente podem ser encontradas em dicionários, mas podem constituir um vocábulo utilizado no cotidiano.

    Na língua portuguesa as onomatopeias são classificadas dentro das figuras de som como variação de figuras de linguagem e busca imitar sons e ruídos como de objetos quebrando, interjeição, sons de animais, da natureza e até de movimentos.

    O que nos interessa é seu objetivo: dar expressão à construção do texto. Portanto, quando se fala em onomatopeia significa usar os sons como base para dar sentido a um contexto.

    Enquanto eu faço teque-teque nesse teclado, escutando o tique-taque do relógio passar e escutando o gato miar ao meu lado, vocês podem perceber o que são onomatopeias e como elas podem aparecer no dia a dia, tanto em conversas quanto em escritas.

    Esses "teque-teque", "tique-taque" e até "miar", são todas onomatopeias e, como podem ver, podem se apresentar em diferentes tipos, variando inclusive em sua formatação.

    Onomatopeias podem representar sons emitidos por:


       animais: au au, miau, , ;

       humanos: tum tum, tlec (estalar dos dedos), cof, cof, chuác (beijo);

       fenômenos da natureza: chuá, cabrúm, ping, vuum;

       objetos inanimados: zing (flecha ou bala passando), clic, trim triim, bii bii; e

       movimentos: vapt-vupt, vap, zoom (algo veloz se aproximando), plic (piscada de olho).


    Onomatopeias de movimentos são classificadas assim, pois geralmente os referidos movimentos não emitem tais sons realmente, ou nenhum som, mas lhes são atribuídas onomatopeias que os representam.

    Vamos aos tipos de onomatopeia

    A onomatopeia é uma grande classe na língua portuguesa e também em várias outras línguas. Ela é tida como uma das principais origens etimológicas de palavras hoje registradas em dicionário de várias línguas. Então, obviamente, existem aquelas "registradas", as "ainda não registradas" e as que "nunca serão registradas", assim como todo o processo de criação de palavras.

    No entanto, o estudo de onomatopeias pode ser feito em todas elas, atribuindo normativas que o ajudarão na hora de escrever, pontuar e formatar.

    Para tanto, vejamos os tipos de onomatopeias que existem por aí.

    Onomatopeia pura

    Essas são as mais conhecidas e fáceis de identificar. É a imitação acústica do som, ruído ou voz da coisa ou animal. É também mais próxima possível do som que representa, considerando as limitações da linguagem e sua aceitação cultural.

    Em suma, são fonemas aceitas como representações de sons pelos falantes do mesmo idioma que possui o mesmo grupo de fonemas e pronúncias, podendo variar, inclusive em dialetos.

    Sua utilização é bem ampla, como falada na introdução deste artigo, nas histórias em quadrinhos, porém seu uso não é limitado a isso, podendo ser utilizada também em romances e novels.

    Veja como se pode apresentar um texto narrativo, contendo onomatopeias:

    Os apaixonados amam escutar o tum-tum do coração do ser amado, mas não suportam ouvir o tic-tac indicando que o tempo está passando, e não se ouve nem o triiimm do telefone, nem o blin blong da campainha. Nesta hora, as lágrimas são inevitáveis e o buááá é ouvido de longe. Entretanto, basta um biii biii, que o coração já faz hahaha... E o final da cena, todos conhecem, um beijo apaixonado, chuác.

    — Norma Baker

    Fizemos uma lista com as onomatopeias que você pode utilizar em suas obras. Confira clicando aqui.

    Palavras onomatopaicas

    Também conhecida como onomatopeia lexical ou onomatopeia vocalizada, são palavras integradas ao dicionário, na forma de substantivos e verbos, que representam sons.

    A diferença maior em relação à onomatopeia pura é que, por serem substantivos e verbos, essas fazem flexões nominais e verbais. Onomatopeia pura é inflexível. Veja:

    — Escutei uns ping ping vindos da cozinha.

    — Escutei uns pingos vindos da cozinha.

    No exemplo acima apresentei as duas formas. Observe que no primeiro, onomatopeia pura, não há flexão de número, enquanto no segundo texto, palavra onomatopaica, há, ficando no plural.

    Basicamente as palavras onomatopaicas são, ao mesmo tempo, imitação do som que representa e significado exato desse, mesmo que o som não seja exatamente igual. Sendo uma verdadeira palavra, seja qual for sua conotação, denota o objeto que significa e tem uma função a desempenhar na frase.

    Podemos ver alguns deles no texto abaixo:

    Muge a vaca; berra o touro; grasna a rã; ruge o leão; o gato mia; uiva o lobo; também uiva e ladra o cão. Relincha o nobre cavalo; os elefantes dão urros; a tímida ovelha bale; zurrar é próprio dos burros. Sabem as aves ligeiras canto seu variar: fazem às vezes gorjeios, às vezes põem-se a chilrar. Bramam os tigres, as onças; pia, pia o pintinho; cucurica e canta o galo; late e gane o cachorrinho. A vitelinha dá berros; o cordeirinho, balidos; o macaquinho dá guinchos; a criancinha vagidos.

    — Pedro Dinis

    Sons imitativos acidentais

    Por mais que falamos que as onomatopeias puras não constam como vocábulo lexical em dicionários, ainda elas são conhecidas por um grupo de pessoas ou até uma nação.

    E quando um autor inventa uma composição de fonemas que dê significado de um som apenas em sua obra?

    É o que chamamos de sons imitativos acidentais ou onomatopeias autorais. Essas fazem parte também das onomatopeias puras, mas a diferença é que provavelmente não encontrará referência dos mesmos fonemas com o mesmo significado em outra obra.

    Claro que não se exclui a possibilidade de outros autores passarem a utilizar também, no processo de cópia. O mesmo autor também pode reutilizar por várias vezes. Então, sendo aceito naquele grupo linguístico, deixa de estar nessa categoria e passa a integrar as onomatopeias puras no geral.

    Veja no trecho a seguir:

    Todos tinham muita pressa: os únicos que interromperam, por momentos, a viagem, foram os alegres tuins, os minúsculos tuins de cabeçinhas amarelas, que não levam nada a sério, e que choveram nos pés de mamão e fizeram recreio, aos pares, sem sustar o alarido – rrrl-rrril! Rrrl-rrril!...

    — Guimarães Rosa

    Guimarães Rosa foi um criador de muitas palavras presentes hoje no dicionário português. Suas criações representam o modo particular dele sentir e ouvir o mundo.

    O processo criativo desse tipo de onomatopeia obedece a certos critérios e totalmente dependente dos sons designados aos vogais e consoantes, ou seja, há uma dependência linguística e não se pode considerar universal.

    Isto é um fator considerado em todos os tipos, mas aqui, onde se cria uma onomatopeia do "zero", é mais relevante, pois o estudo linguístico deve ser mais aprofundado a fim de atingir o objetivo que é a compreensão do leitor.

    Não se pode, claro, criar onomatopeias sem considerar todos os fatores linguísticos do idioma em que irá escrever e publicar. O fator mais importante aqui é a fonética e a fonologia.

    Enquanto a fonologia é um campo de estudo dos sons que consoantes, vogais e sílabas poderiam provocar em idiomas e dialetos em forma de fonemas, a fonética estuda os sons que de forma concreta o ser humano pode produzir; a possibilidade unida à realidade.

    Na fonética, por exemplo, além de estudar os sons em si, podem ser discutidas as dificuldades que dialetos podem divergir do idioma padrão da nação com até estudos sociais que podem influenciar; o clássico e imortal "problema/pobrema".

    Levando tais questões em consideração, técnicas podem ser adotadas para a construção de sua onomatopeia. As quais são:

    • Reduplicação ou redobro: Técnica na qual fonemas são proferidos em duplicidade ou repetidas por 2 ou mais vezes; (glú-glú, ping-ping, tap-tap)
    • Aliteração: Uso de consoantes significativos, ou seja, que dotam de significado em seu som, na construção de frases e, nesse caso, onomatopeia; (chuá, crac, vum)
    • Coliteração: Uso de consoantes significativos, considerando o fonema nesse caso, podendo variar consoantes que provocam o mesmo som; (brum-vrum, tlim-plim, zas-trás)
    • Assonância: Repetição de vogais significativos, fazendo a vogal dotar significado ou rima, assim como as vogais "o" e "a" dotam de significado em flexões de gênero em substantivos e adjetivos; (vuum, vaam, bii) e
    • Alternância: Efeito utilizado, quando há reduplicação, em assonância fazendo alternância vocálica, exprimindo ruídos diferentes. (ding-dong, tic-tac, plic-ploc)

    Enquanto as vogais podem variar a intensidade e ambientação da onomatopeia — como na vogal "u", que pode corresponder a sons graves ou calmos, e na vogal "i", que corresponde a sons agudos ou irrequietos — as consoantes, por si sós, carregam significados característicos como a seguir:

       S, C, Z, X, V: rapidez, velocidade;

       P, B, T, D: percussão, barulho, emoção; e

       M, N, L: suavidade, paz, tranquilidade, caráter positivo.

    Esses são alguns exemplos de como as nossas consoantes e vogais podem influenciar no significado, não só da palavra, mas também na frase toda e tais características são bem consideradas na onomatopeia.

    Palavras interpretativas

    Essas são bem conhecidas também. Quem já não ouviu o bem-te-vi de longe e tentou imitar seu canto? Quem já avistou um tô-fraco e tentou correr atrás, mas o bicho corria demais.

    Enfim, palavras interpretativas fazem parte das onomatopeias e, como veem, são constituídas não de fonemas soltos, mas de outras palavras lexicais que não significam o som, mas tem essa aproximação sonora com o que representa pela junção delas.

    Veja o texto abaixo:

    Na orilha do atoleiro, a saracura fêmea gritou, pedindo três potes, três potes, três potes, para apanhar água.

    — Guimarães Rosa

    Conseguiu notar que "três potes" na verdade é a voz emitida pelo pássaro saracura? Tenho mais para mostrar:

    Um sino canta a saudade de qualquer coisa sabida e já esquecida.

    A manhã pintou-se de azul.
    No adro ficou o ateu,
    no alto fica Deus.
    Domingo...
    Bem bão! Bem bão!
    Os serafins no meio entoam quirieleisão.

    — Carlos Drummond de Andrade

    E agora, conseguiu ouvir o badalar dos sinos ao ler "bem bão"?

    Esses são os tipos de onomatopeias que existem no português. Agora vou mostrar pra vocês algo que não é onomatopeia, mas possui uma forte relação e, por muitas vezes, é confundida.

    Interjeições

    Apesar deste artigo falar sobre onomatopeias, não poderia deixar de falar sobre as interjeições. As duas são diferentes, porém por se inter-relacionarem em formatação e execução nos textos, acabam por serem confundidas e tratadas como uma única categoria.

    Frequentemente encontramos listas como essa em que não se sabe a divisão entre onomatopeias e interjeições (não vou revelar a fonte, pois se trata de crítica e devemos a boa vontade de terem feito a lista para nós escritores).

    Para melhor explanar, vamos pegar algumas definições de dicionário:

    Interjeição (gramática): Palavra invariável ou sintagma que formam, por si sós, frases que exprimem uma emoção, uma sensação, uma ordem, um apelo ou descrevem um ruído (p.ex.: psiu!, oh!, coragem!, meu Deus!).
    Onomatopeia: Formação de uma palavra a partir da reprodução aproximada, com os recursos de que a língua dispõe, de um som natural a ela associado; onomatopoese.

    Podemos tirar a conclusão de que interjeições são intrinsecamente frases e sons vocais exprimidas por humanos e a onomatopeia, por sua vez, são representações dos sons e ruídos naturais ou também oriundos de humanos.

    É possível perceber uma interseção entre onomatopeia e interjeição:

    De forma mais simples, onomatopeias são formas de representação dos "sons" produzidos por quaisquer origens e que podem não chegar a ser palavras, mas imitações "vocalizadas" ou "escritas".

    Nesse sentido, não estamos falando apenas de onomatopeias escritas, mas sim também das onomatopeias utilizadas pelas pessoas em conversas ou monólogos. Uma pessoa apontar o dedo indicador para outra e dizer "bang!" em voz alta ou ela escrever "bang", são onomatopeias do mesmo jeito, pois ambas estão representando um som que não são "originalmente" delas emitidas, mas uma simples imitação.

    E o que de fato separa a onomatopeia de interjeição?

    Aqui eu concluo que se a origem não é a pessoa que o emite, sendo uma imitação e ao mesmo passo não ser palavra interjetiva ou locução interjetiva, é uma onomatopeia e interjeição.

    Para exemplificar melhor, se uma pessoa gritar fazendo "ai!", a pessoa em si não está fazendo uma onomatopeia, mas simplesmente produzindo um "som" provocado por ela mesma. No entanto o fato de eu ter descrito o som que ela provocou, "ai", eu fiz a onomatopeia na escrita disso.

    Por outro lado, se essa mesma pessoa dissesse "Eu soltei um ai a pouco tempo atrás", da mesma forma estaria fazendo onomatopeia, pois ela está imitando a si mesma, citando a si própria.

    Já o que está bem longe de ser considerado uma onomatopeia, diferente da interjeição "ai" e outras interjeições que são apenas sons que não chegam a ser palavras, são as palavras interjetivas ou locuções interjetivas

    Desgraçado! Limpou o chão com meus capachos como se eles fossem esfregões! — Veias ressaltam na face do gordo, os músculos dos seus braços enrijecem.
    Que seja, pare de latir! Venha!

    Os textos acima de K. Luz, na obra Torneio da Corte, demonstram o uso de palavras e locuções interjetivas. As palavras interjetivas são vocábulos trazidos da própria língua que fazem a função de interjeição, ou seja, exprimir uma emoção do locutor. Por sua vez, locuções interjetivas são "conjuntos de palavras", duas ou mais, que fazem esse mesmo papel.

    O adjetivo "desgraçado", no primeiro exemplo, faz tanto o papel de vocativo quanto demonstrar o estado emocional do locutor, sendo interjeição. A expressão "que seja", contração da expressão "que assim seja", demostra o desinteresse, sendo uma locução interjetiva.

    Esses, porém, como disse, não são onomatopeias. Somente as interjeições de fonemas sem função sintáticas ou que apenas são imitações puras de sons vocais é que são, que nos faz retornar à primeira imagem desta seção: Uhuu!, Aaai!, Urgh!, Aff!, Grrr!

    Outros exemplos de palavras e locuções interjetivas:

    Oi! Cuidado!, Olhe!, Atenção!, Fogo!, Olha lá!, Alto lá!, Calma!, Devagar!, Sentido!, Alerta!, Vê bem!, Volta aqui!, Graças a Deus!, Obrigado!, Agradecido!, Muito obrigada!, Valeu!, Valeu a pena!, Claro!, Certo!, Sem dúvida!, Ótimo!, Então!, Sim!, Pois não!, Tá!, Droga!, Porcaria!, Credo!, Adeus!, Até logo!, Até amanhã!, Ai de mim!, Puxa vida!, Virgem Santa!, Valha-me Deus!, Cruz Credo!, Quem me dera! Quê?, Será?, Sério?, Como?, Mesmo?

    Não são todas, mas espero que tenha entendido quais são.

    As interjeições formadas por onomatopeias são bem comuns em qualquer novel.

    Hãã…? O que? — disse a garota olhando atentamente ao seu redor — Ah, esquece. Não deve ter sido nada.

    — Fabiana Oliveira

    A formatação dessas interjeições pode ser por itálico e elas podem ser uma frase isolada ou parte de frases, separada por vírgula.

    Bem simples, não? Ha ha! Ah... e aquela lista no início dessa seção está certa, pois são onomatopeias e interjeições ao mesmo tempo.

    Como escrever com onomatopeia

    Agora que sabemos quais são os tipos de onomatopeias e que algumas interjeições também fazem parte, vamos ver de que forma podemos aplicar isso na nossa escrita.

    Em vários dos textos acima, de exemplos, mostrei algumas das execuções possíveis de serem feitas e, como não podia deixar de fazer, relacionei as formas de utilização de onomatopeias em vários tipos.

    Apresento as Formas de Execução da onomatopeia:

    Onomatopeia súbita

    Essa se caracteriza pela surpresa em forma de escrita. Uma das funções principais é alternar radicalmente a ambientação da cena, ou simplesmente, o clima e reações de personagens.

    Em geral nem os personagens e nem o leitor aguardava aquele som. O que não é uma regra, podendo ser um som tão aguardado que finalmente chegou. Vejamos um exemplo:

    Tem um pano amarrado e também dentro da minha boca. Não consigo tirar. Que droga! Tentei me mover contorcendo meu corpo todo. O desgraçado que me amarrou sabia bem como fazer isso. Só consegui esticar um pouco a minha perna. Bati meu pé em alguma coisa. O que é isso? Tentei me virar até poder enxergar o que havia ali nos meus pés. Uma poça escura e... cabelo... Não. Uma pessoa. Tá muito escuro pra saber quem é.

    Toc… Toc… Toc…

    Me virei rapidamente. Ouvi passos chegando à porta. E então a porta se abre violentamente junto à luz ofuscante. Quem é? Começo a me contorcer, mas não tento gritar ou fugir. Não adiantaria. Apenas olho fixamente para o sujeito na tentativa de distinguir quem seja.

    — Kamo Kronner

    Sim, sim, é um texto meu. Percebam em como a onomatopeia fez a transição de um comportamento a outro no personagem, que antes vasculhava por onde podia e que depois ficou imóvel, aguardando o que estaria por vir. Vamos a outro exemplo:

    A grosso modo, se o objetivo da Aliança era cobrir a retirada de suas tropas, deveria ter agido mais cedo. Não há dúvidas de que o ataque inesperado dos reforços inimigos deixou as linhas de frente um caos. Apesar de ter reclamado que esta posição medíocre que me deram poderia barrar as chances que tenho de subir minha patente, devo admitir que neste momento minha felicidade é grande de estar perto da retaguarda. Se eu estivesse junto das forças aéreas em prontidão, tenho certeza que estaria voando para um campo de batalha sangrento agora mesmo, entretanto, por sorte, os observadores não precisam ir.

    Bzzt… zzz… zzt…

    Bem quando estava admirando a minha sorte, um ruído abafa as comunicações com o Controle Norden, apesar de terem relatado a mudança na situação instantes atrás. É o momento mais crítico da batalha e tudo que meu rádio faz é chiar.

    Carlo Zen em "A Saga de Tanya, a Maligna" — traduzido por Gambetti

    Novamente a onomatopeia súbita nos agracia com a mudança que ocorre no enredo, sendo ela seu anunciador.

    A onomatopeia súbita pode ser um ótimo recurso para realizar transições entre a ideia de um parágrafo e outro, simplesmente, mostrando a causa da mudança: o som.

    Porém a execução incorreta dela pode provocar sérias dúvidas ao leitor. Podem ser utilizados os tipos de onomatopeias relacionadas nas seções anteriores, mas deve se levar em conta de que o som deve fazer sentido para o leitor.

    Pode até ser utilizado um som imitativo acidental, como no texto de Gambetti, em que a interferência nas comunicações é representada pelo "Bzzt… zzz… zzt…", porém as letras que compõem são característicos de zumbidos em nossa língua, representados na maioria pela letra Z, conforme explicado na seção de Som imitativo acidental.

    Para se executar a onomatopeia súbita, seguem algumas recomendações:

    • Utilize-a como fator motivador de mudanças no enredo que podem desencadear reações desde mínimas às mais abruptas; o som é importante na narrativa.
    • O som deve ser isolado dos parágrafos, compondo um parágrafo por si só.
    • Pode conter descrições antes ou depois, mas se for antes não revelar e se for depois não explicar como se fosse um dicendi.
    • Podem ser descritas caraterísticas adicionais adverbiais ou adjetivas, mas não substantivas.
    • Para pontuar e formatar, utilize o itálico e pontuar como qualquer período com pontuações usuais (. , … ! ?) com a pontuação em itálico também.
    • Caso o som seja proferido por pessoa, utilize a forma de discurso direto com travessão (—).
    • Podem ser executadas com onomatopeias puras, sons imitativos acidentais e palavras interpretativas, mas dificilmente com palavras onomatopaicas.

    Veja um outro exemplo de tradução:

    Olhei e notei que a vovó estava olhando para mim mastigando o arroz.

    — Ontem estava muito estranha! — Yotsuha, também olhava para mim, falando com um sorriso. — De repente gritando, coisas assim…

    Gritando? A vovó continuou a me olhar como se estivesse inspecionando cuidadosamente um objeto desconhecido, Yotsuha continuou a zombar de mim com aquele sorriso.

    — Hã? O quê, o quê? O que é isso!?

    O que está acontecendo… as duas agindo assustadoramente e tudo…

    Ping pong pang pooong.

    O alto-falante perto da porta tocou com um estalo súbito, quase violentamente alto.

    — Bom dia a todos.

    A voz pertencia à irmã mais velha da minha melhor amiga Saya-chin, que trabalha no departamento de vida comunitária na prefeitura. Aqui na aldeia sonolenta de Itomori, a população é de cerca de 1500, a maioria das pessoas se conhecem ou pelo menos são conhecidos de conhecidos.

    Makoto Shinkai em "Seu Nome" — traduzido por Virtual Core

    Apesar de ser uma tradução, podemos ver que a onomatopeia pode ser utilizada naturalmente no português sem afetar o gênero ou ambientação da cena.

    Ao utilizar onomatopeia súbita, o que se deve considerar é em como esse recurso pode afetar no sentimento que texto transmite ao leitor. De forma exagerada pode se tornar um texto cômico, mas em dosagem certa pode contribuir para a imersão do leitor. Depende, portanto, da sua criatividade, caro escritor. Vamos ver um outro exemplo:

    — Isso só pode ser uma pegadinha, não é possível! — Indignado, eu amaldiçoei.

    Bom, não tinha outro jeito. Tive que retirar meu terno novo e descer as escadas. Eu moro no 13º andar…

    Sniff… Sniff…

    Triste, mas engoli o choro e a ressaca e resolvi descer as escadas. Sou rápido como o flash. Tenho certeza que meu cabelo vai ficar uma bagunça, mas paciência! Poxa!

    Petter Royal

    Muitas vezes uma onomatopeia súbita, pode não alterar a narrativa, mas pode, nesse caso, emoldurar um evento ou um sentimento. Essa onomatopeia em destaque realça um lado do personagem que contrasta com o restante da personalidade dele, um lado que não mostra a ninguém.

    Várias representações são possíveis e ser claro ao utilizar é muito importante.

    Onomatopeia introduzida

    Vamos a um outro tipo de execução, na qual o som é integrado nos textos e assim, geralmente, exerce função sintática.

    Com o espanto, grunhidos se espalhavam pelo lugar; até as posturas dos monstros se abalaram, atordoadas e desajustadas.

    K. Luz

    As onomatopeias introduzidas são esses "sons" que fazem parte do texto e do enredo que se segue, mas não necessariamente estão isoladas, e sim integradas ao contexto da narração ou discurso.

    Elas podem se apresentar como onomatopeia pura (incluindo as acidentais), palavra onomatopaica ou palavra interpretativa, basicamente todo tipo de onomatopeia.

    Dois fatores são importantes no uso da onomatopeia introduzida: a contextualidade e autosuficiência.

    Da mesma forma que a onomatopeia súbita deve ser clara o suficiente para ser compreendida de forma isolada, a onomatopeia introduzida fará parte do sujeito ou predicado por si só e terá apenas o contexto para apoiar a dar o significado, e não uma explicação dela.

    No entanto, diferente da onomatopeia súbita, a onomatopeia introduzida é participante direta da narrativa, não apenas alterando o rumo dela, mas sendo parte do rumo que se segue. Ela é introduzida a ser integrante do enredo ou é introduzida pelo enredo em seu significado. Vejamos um outro exemplo:

    O silêncio da noite foi cortado por um bang bem alto. Quando chegaram no local, ping, gotas de sangue, ainda caindo, criavam uma poça perto do corpo.

    Uma porta fechada, clact clact, se debatia junto de au-au sucessivos vindo de trás dela.

    Sentindo uma presença, ele se agachou e woosh passou em sua nuca. Um homem com um bastão na mão pegou seu isqueiro e o abriu, clac.

    A sala inundada por sangue e gasolina logo foi tomada por fogo.

    Kamo Kronner

    Observe que não é dada nenhuma explicação sobre o que seriam os sons representados, mas o contexto oferece o entendimento sobre eles. "bang" é um tiro ou pequena explosão, "ping" é som de gota de líquido caindo, "clact clact" é o som do mecanismo da porta, "au-au" é latidos de um cachorro, "woosh" é som de algo passando bem rápido e "clac" é um som metálico e oco, quase como um estalo, tudo isso podendo ser entendido pela narração que antecede ou sucede, sem dar maiores explicações.

    — Ah… Isso é… cof! cof! É só uma coisa que aprendi com as aulas da Faculdade…

    Petter Royal

    A linha tênue entre uma onomatopeia e uma simples interjeição, claramente não se aplica aqui. A onomatopeia cof cof é uma conhecida representação da tosse.

    Nesse e exemplo fica difícil distinguir se o personagem realmente tossiu ou "leu em voz alta". De qualquer forma, ou o autor que fez a onomatopeia, ou o personagem, e fica tudo bem assim.

    O importante para nós é “ficou claro que se trata de som de tosse”?

    Para diferenciar se foi o autor ou o personagem que fez a imitação, umas simples aspas poderia ajudar no entendimento, caso seja necessário:

    — E essa foi minha — disse Diego, triunfante. — “Bonk!” Que som maravilhoso! Ha ha ha! É sua punição por largar a espada tão facilmente.

    K. Luz

    Ficando nítido do que se trata a onomatopeia introduzida, vamos ver as funções que podem desempenhar em uma frase:

    • Sujeito:

         O trim-trim cessou antes de atender.

    • Verbo:

         O vento sussurrou em meus ouvidos.

    • Objeto direto:

         A fera monstruosa soltou um miau, fazendo-me rolar de rir pelo gap.

    • Objeto indireto:

         Todos ficaram surpresos com o bem-bão que há tempos não dava as caras.

    • Complemento nominal:

         Fiquei longe do vrum-vrum e do auê por muito tempo.

    • Agente da passiva:

         O silêncio entre os dois foi cortado por um pum.

    • Adjunto adnominal:

         As pessoas que murmuravam foram atingidas pelos ventos uivantes.

    • Adjunto adverbial:

         O monstro passou mugindo ao meu lado.

    • Aposto:

         Antes do Sol raiar, cocoricó, despertei-me sentindo uma pressão no peito.

    As onomatopeias utilizadas nessa execução, compostas de mais de uma parte principalmente com reduplicação, são recomendadas com uso de hífen quando substantivado. No entanto em uma onomatopeia súbita ou isolada em um período, a onomatopeia "Trim trim" pode ser grafada sem o hífen, quando substantivada, como no exemplo do "sujeito", recomenda-se o uso do hífen para indicar que se trata de um único termo sintático, ficando "trim-trim".

    A onomatopeia introduzida é, pois, totalmente dependente da frase em que ela se encontra diferente da súbita. Antes de finalizar, veja outro exemplo:

    — Dante! Já chega dessa boba- — Foi interrompido por um crack! alto atrás. — O quê?... Não… Não pode ser!

    K. Luz

    Uma singela onomatopeia pura substantivada executada por K. Luz. Vamos agora ver um outro tipo de execução onomatopaica.

    Onomatopeia velada

    Também conhecida como expressão sonora, a onomatopeia velada não é exatamente uma onomatopeia: é a utilização de um conjunto de palavras que representam um som.

    É um tipo de execução que foge tanto das palavras onomatopaicas quanto das onomatopeias puras, todas listadas neste artigo.

    Ora, por que estaria neste artigo, então? Porque não deixa de ser uma “representação de som”. Vamos ver um exemplo:

    O olfato e a audição foram restaurados no mesmo instante, respectivamente captavam ruídos de fogo crepitando e um forte cheiro de queimado vindo de sua esquerda.

    Thalles roberto

    Nesse exemplo da obra A Voz das Estrelas de Thalles Roberto enuncia um ruído ouvido pelo personagem ao despertar em uma estranha situação.

    Onomatopeias veladas, na forma de expressões sonoras, são acompanhadas de locuções que elucidam o som, como “som de”, “ruído de”, “barulho de”, “soada de” e até mesmo “voz de”.

    Seu objetivo é bem claro: apresentar o som ao leitor sem o uso de onomatopeias. Porém, por se tratar de representação de sons, acaba por ser uma das execuções onomatopaicas e por muitas vezes podem auxiliar outras formas de execução também.

    O uso de onomatopeias veladas é fortemente recomendado quando as onomatopeias disponíveis para o som almejado não o exprimem com clareza, atrapalhando o entendimento do leitor.

    Não somente as expressões sonoras, mas palavras que dão significado ao som podem ser utilizadas. Um exemplo muito comum é “o silêncio”.

    O silêncio tomou conta do pequeno quarto escuro. O rapaz ainda encontrava dificuldades em compreender o peso que dominava seu peito, como se estivesse prestes a infartar. Uma sensação de tristeza absurda a qual lhe fazia despejar o pranto copioso.

    Thalles roberto

    É comum encontrarmos em algumas novels o uso de reticências (…) isoladas a fim de representar o silêncio, mas a ausência de som pode ser representada pela “ausência de onomatopeia”, apenas com palavras.

    As reticências de certa forma é uma onomatopeia, pois imita a ausência do som, porém seu uso é limitado mais como pontuação do que como uma palavra. É muito encontrado em "falas" silenciosas de personagens que se calaram, mas a onomatopeia velada poderia muito bem representar tal evento.

    O uso de onomatopeias veladas não é limitado, no entanto, somente a quando não existir onomatopeia apropriada, mas sim um recurso estilístico na qual o autor pode escolher expressar por meio da onomatopeia ou não.

    Assim que os pés do soldado tocaram a arena, seu corpo desapareceu por um instante e o som de metais se chocando ressoou pelo local.

    RenCmps

    Poderíamos modificar essa frase de RenCmps para:

    Assim que os pés do soldado tocaram a arena, seu corpo desapareceu por um instante e tinidos ressoaram pelo local.

    A escolha pela expressão sonora foi do autor, dando ênfase à origem do som e, assim, ficou mais claro para o leitor o que se passava ali. O som, nesse caso, ficou para a "imaginação" do leitor.

    Não somente de onomatopeia súbita, introduzida e velada se faz uma novel com sons representados. Vamos ver uma outra execução bem comum.

    Onomatopeia composta

    Aqui surge a união das execuções onomatopaicas acima listadas.

    Uma onomatopeia composta se utiliza de mais de um tipo de execução para "especificar" o som que ali está representada.

    Pah! Booom! Poft!

    Sons estrondosos soaram, enquanto os escombros de uma pequena colina caíam pelo chão.

    Petter Royal

    No exemplo acima, logo após a onomatopeia, uma descrição em expressão sonora é feita, explicando do que se tratava ou o que foram aqueles sons.

    Geralmente a onomatopeia pura e acidetal é acompanhada de expressão sonora juntos na mesma frase ou separados em parágrafos seguidos. Seu uso não é raro e acaba que encontramos essa execução em muitas obras.

    A formatação de onomatopeias compostas segue igual às execuções anteriores, pois cada parte herda a sua formatação.

    Onomatopeias em discursos, como as interjeições, podem se aproveitar dessa execução para explicar melhor o som proferido no meio.

    “Truman! Seu idiota! Me solte!”

    Huuum! Hum! — Apenas os grunhidos da jovem saiam.

    Eduardo Goétia

    Nesse exemplo acima o autor Eduardo Goétia fez o máximo que poderia em especificar a cena. A onomatopeia como som abafado da voz da personagem, a tradução do que ela queria dizer e uma composição com palavra onomatopaica foram utilizadas.

    A composição pode ser feita de diversas formas e o objetivo é, claro, oferecer mais detalhes possíveis sem dar margens à imaginação do leitor; a liberdade do leitor aqui é minimizada. Claro que um certo nível de simulação poderia ser feito, mas é dado maior apoio para direcionar tal imaginação.

    Alguns podem considerar uma execução exagerada, sendo que as outras formas de execução poderiam suprir, mas essa forma ainda existe e, em alguns casos, podem ser benéficos.

    Em suma, use com moderação.

    Harmonia imitativa

    A última forma de execução onomatopaica é um tanto diferente.

    Nesse caso uma frase inteira ou parte de uma frase possui um som que dá característica à narração. Os recursos como aliteração, coliteração e assonância, utilizadas na formação de onomatopeias, aqui é utilizada na frase com as palavras que a compõem. Veja um exemplo:

    Com o espanto, grunhidos se espalhavam pelo lugar; até as posturas dos monstros se abalaram, atordoadas e desajustadas. Então, do amontoado invasor de fumaça, um rapaz saiu num avanço veloz, abrindo-a de uma vez, cercado pelos resíduos.

    K. Luz

    As consoantes V e Z, como explicado anteriormente, podem dotar o significado de velocidade, fazendo com que aquele trecho, pelo som provocado pelas palavras lidas, ganhe essa característica.

    A harmonia imitativa é bem difícil de ser percebida e executada e é quase como uma composição poética. Vejamos outro exemplo:

    O vento passou e balançou suas vestimentas, tão esporádico quanto como eles conversavam. O silêncio foi uma opção tomada, mas pelo pouco tempo que perdurou, provou-se entediante.

    K. Luz

    O som do vento se faz presente nas palavras "passou" e "balançou", por contas das consoantes "s" e "ç" possuírem a expressividade do sibilo dos ventos. Assim a narrativa reproduziu no leitor o som que queria provocar.

    A harmonia imitativa é um recurso estilístico e é mais presente em gêneros como poesia, mas por que não trazermos um pouco disso para as novels também?

    Esses são os tipos de execução de onomatopeias que encontrei por aí. Vamos fazer um pequeno resumo de tudo que falamos aqui?

    Tipos de onomatopeia:
    • Onomatopeia pura: É a imitação acústica do som, ruído ou voz da coisa ou animal. É também mais próxima possível do som que representa, considerando as limitações da linguagem e sua aceitação cultural. Exemplos: bii bii, tic tac, triiim.
      Pode utilizar a mesma formatação do estrangeirismo, sendo recomendado o itálico, até mesmo na pontuação que o acompanhar.
    • Palavras onomatopaicas: são palavras integradas ao dicionário, na forma de substantivos e verbos, que representam sons. Exemplos: rugido, mugir, grasnar, gorjeio, piar.
      A formatação da palavra onomatopaica não se altera, continuando o mesmo do parágrafo.
    • Sons imitativos acidentais: É a onomatopeia criada a partir da observação dos processos formadores da onomatopeia, porém é exclusivo de um autor.
      Utiliza-se a mesma formatação da onomatopeia pura.
    • Palavras interpretativas: São onomatopeias constituídas não de fonemas soltos, mas de outras palavras lexicais que não significam o som, mas tem essa aproximação sonora com o que representa pela junção delas. Exemplos: bem-te-vi, tô-fraco, bem-bão.
      Por ser um tipo que fica entre palavra onomatopaica e onomatopeia pura, é facultativo a formatação em itálico dependendo do caso. Utilize o itálico principalmente para distinguir de uma palavra normal quando não estiver claro a sua diferença.
    • Interjeição onomatopaica: Tipo de onomatopeia inserida na classe das interjeições, são sons e voz produzidas por pessoas exprimindo uma emoção, uma sensação, uma ordem ou um apelo sem serem palavras propriamente formadas, mas apenas ruídos. Exemplos: Ah..., Ei!, Uhuu!, Hã?.
      Em interjeições também são recomendadas o uso do itálico, incluindo a pontuação. Interjeições são palavras frase e, pontanto, não possui valor sintático. Por esse motivo a pontuação é mero efeito sonoro e significativo, mas deve ser destacado do resto da oração por vírgula e outras pontuações.
    Tipos de execução de onomatopeia:
    • Onomatopeia súbita: Onomatopeia isolada em parágrafo, sem anúncio ou explicação posterior, podendo ser um evento do enredo.
    • Onomatopeia introduzida: Onomatopeia que possui função sintática em orações, substituindo seus termos e também não necessita de explicação por causa do contexto.
    • Onomatopeia velada: É a ausência da onomatopeia, mas o som ainda é representado por expressões sonoras ou palavras significativas de som.
    • Onomatopeia composta: O uso de um ou mais tipos de execução para especificação mais detalhada do som.
    • Harmonia imitativa: Uso de recursos de formação onomatopaicos para que uma frase ou parte dela, não somente uma palavra ou outra, represente um som.

    O som está presente em muitas histórias e em novels não é diferente.

    Digamos que você tenha dois homens segurando espadas e se cortando.

    Em romances, a velocidade da espada sendo lançada, a trajetória do gume, as maneiras do homem, o grau de ferimento recebido e a descrição da morte do homem são escritos em sequência e a situação é expressa.

    No entanto, para light novel frases assim são aceitáveis: "kinkinkin, zaku, 'guwa' e o homem morreu".

    Enquanto os romances controlam a imaginação do leitor até certo ponto por meio de representações, as light novels deixam a imaginação da cena para o leitor.

    Um romance é um "livro associativo" que prevê uma cena em vez de uma frase escrita.

    No entanto, em light novels, as representações são freqüentemente simplificadas ou omitidas, e os leitores muitas vezes imaginam ilusões sem qualquer fundamento.

    syosetu.com (traduzido por Kamo Kronner)

    A utilização de onomatopeias é de livre escolha de cada autor que vai considerar todos os efeitos causados por ela em sua narrativa.

    Considero que seja difícil dizer, por exemplo, que uma comédia aceita mais onomatopeia do que um drama, mas o uso adequado e claro delas podem enriquecer a forma como os leitores podem imaginar as cenas descritas.

    Deixo aqui duas mensagens:


    Para aqueles que evitam o uso de onomatopeias em suas obras, analisem se suas descrições são suficientemente claras ou demasiadamente longas, ocupando o tempo do leitor, que poderia apreciar o enredo, mas está tentando entender um som; e


    Para aqueles que usam e abusam de onomatopeias, observem se suas execuções são claras para o leitor, se poderia executar de outra forma e se os termos utilizados são inteligíveis ao leitor.

    Deixarei aqui novamente o link aqui para a lista de onomatopeias e aguardo vocês no próximo artigo. Iei!

    Escrito por: Kamo Kronner

    1 comentários :

    1. Contemplem o melhor artigo já escrito pela humanidade!
      Viva a Onomatopeia!

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